quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Carta - amor nascido e criado

Manos meus,

Estou devendo essa carta... As férias terminaram faz mais de um mês e fiquei remoendo todas as letras e acentos dentro de mim. Posso me justificar: ao retornar senti uma tristeza que nunca havia sentido em alguma volta de viagem de férias... Passei aquela terça querendo que o sol se escondesse, querendo não desfazer as malas cheias de blusas e cachecóis do frio sulista...
Os dias que passamos juntos, apenas nós três, foram inesquecíveis e pareciam até intermináveis de tão grandes e fundos de alegria. O pôr do sol presenciou toda a brincadeira, todos os risos e conversas.
Sou muito orgulhosa da nossa confiança... do quanto somos confidentes um ao outro, do quanto nos aceitamos, nos respeitamos e nos amamos. E digo, não esse amor piegas, sim um amor de opinião e firmeza, mas de acalanto, de aconchego e de criança.
Penso que a vantagem desse amor nascido de irmãos, seja o fato de que podemos sempre nos olhar como crianças novamente, e lembrar que fomos tantos, somos tantos outros, seremos ainda mais e ao mesmo tempo não esperamos nada. Nós somos ali, bem na frente um do outro, ou bem ao lado um do outro, ou enquanto aprendemos a brincar um jogo de mãos cantarolando um côco! Ah e isso mais de meia noite ;-)
É uma lindeza mesmo... é uma escolha. Nós criamos isso... Caminhamos, cozinhamos, bebemos, brincamos, cantamos, rimos, vimos filme, dançamos... e tantos outros verbos.
Os dias que vivemos juntos foram perfeitos, inteiros e felizes. A brincadeira de côco, o segredo contado em voz alta, o abraço sem hora marcada, as músicas no violão desafinado, as caminhadas iluminadas pelas ruas da cidade fria, o chimarrão compartilhado e aprendido, a não vontade de dormir e querer dormir tudo junto num sofá-cama muito apertado e duro!
Agradeço por vocês existirem, vocês são a minha riqueza e minhas metades

amor,
assinado: Mana

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