quarta-feira, 1 de julho de 2009

Carta - para comer

Querido maninho caçula (diuo...),

Que saudade senti de você hoje! Você sabe que eu sempre sinto saudade de você (eu e toda a tropa que mora no estado de São Paulo...) Mas é que hoje foi um dia singular, e você era o ingrediente que estava faltando...
Eu e mano passamos o dia juntos aqui na minha casinha que tem vista para um monte de prédio, sendo que, no primeiro plano há uma bananeira ;-)
Resolvemos cozinhar, e certamente seria um cardápio vegetariano... Estava com uma vontade imensa de comer polenta, é polenta! A polenta que comíamos, principalmente no sítio quando estávamos em férias. Estou em férias... então fui olhar uma receita de como fazer polenta! (Nunca tinha feito!! Ai que medo!!)
Enquanto nosso mano ficou mexendo a polenta, (precisa mexer muito, por uns 30 minutos!!), cortei cebolas, tomate, fiz um molho com soja (ou melhor, proteína vegetal) e cortei uma saladinha de couve. Hum!!
Tudo foi temperado a muita conversa sincera, sonhos, algum puxão no pé para que a criatura flutue, mas não se perca no espaço... algumas confissões que meus armários encerram mudos. Lembramos como a mãe gosta de sentar para convesar - em cima das mãos:-) , do pai comendo pimenta. Noites comendo muita pipoca (ou pão de queijo) na sala. Dias em que saímos para andar de bicicleta para ver o domingo se esconder no horizonte.
E como você seria importante nessa conversa, conversa sobre nossa vidas, que passam, dançam e se fazem bem aí/aqui, como em um filme. Sentimo-nos sem controle. Somos tantos personagens, tantas trilhas sonoras. Em que cena estávamos/estamos/somos mesmo?
Fomos ao cinema ;-) Rir, imaginar, brincar e saber que o dia azul, seria ainda mais lindo com seus olhos verdes a nos abraçar.

com toda saudade do mundo,
sua Mana

p.s. Lembrei do que a Clarice Lispector diz sobre saudade:

"Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
que a presença é pouco:
quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro
para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes
que se tem na vida."

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